A eficácia de um plano de tratamento com inclusão de multi tarefa nos automatismos da marcha em Doentes de Parkinson

Abstract

Problema: A Doença de Parkinson (DP) é a segunda doença mais frequente em todo o mundo, é uma patologia neurológica, degenerativa, idiopática, crónica e progressiva que tem como principal fator de risco a idade, ocorrendo maioritariamente em faixas etárias superiores a 65 anos. A sua etiologia é desconhecida mas sabe-se que sucede por ocorrência do défice de dopamina na Substância Nigra, originando alterações do movimento. É caracterizada por sintomas motores e não motores, sendo que um dos sintomas motores mais incapacitantes é marcha. As abordagens e tratamentos são diversificados, mas prevê-se que individualmente a marcha nórdica e a estimulação cognitiva apresentem benefícios na melhoria do padrão de marcha nestes doentes, contudo não existem estudos que relacionem as duas intervenções. Objetivos: Avaliar os benefícios nos automatismos da marcha aquando da realização de um plano de tratamentos com inclusão de multi tarefas, sendo a tarefa motora marcha nórdica e a segunda tarefa uma tarefa cognitiva. Metodologia: Este estudo apresenta um estatuto experimental, composto por uma amostra aleatória por conivência, com indivíduos com doença de Parkinson entre os estadios 1 a 3 da doença, pertencentes à Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson. Os participantes serão submetidos a um plano de tratamentos de fisioterapia num período de 6 semanas, 3 vezes por semana com um plano de exercícios de marcha nórdica conjuntamente com dupla tarefa. Como forma de controlo a amostra será avaliada antes e após o estudo, a fim de avaliar as seguintes variáveis em estudo: Equilíbrio, Marcha e Padrão de Marcha, Qualidade de Vida, Função Cognitiva e Funcionalidade. Conclusões: Considera-se pertinente a realização deste projeto de investigação, pois na literatura muitos benefícios existem de forma isolada na realização de um plano de tratamento com a marcha nórdica, bem como na realização de exercícios de estimulação cognitiva. No entanto, não existem estudos que correlacionem os resultados destas duas intervenções, nos automatismos da marcha em doentes de Parkinson. Posto isto, será essencial perceber os efeitos que tal intervenção pode ter neste tipo de doentes, e se positivos transpô-los para a prática clinica de modo a dar uma resposta positiva e inovadora de tratamento a par de proporcionar ao DP um aumento ao nível da funcionalidade e da sua qualidade de vida.