Gestão e estratégia no ensino superior privado no Norte do Brasil

Abstract

A investigação aqui reportada teve como objeto de estudo uma Instituição de Ensino Superior Privado - IESP da rede de ensino particular do Estado do Maranhão, no Brasil e, em particular a gestão estratégica da mesma, tanto as grandes opções estratégicas em termos de posicionamento e de gestão de recursos, como as eventuais estratégias emergentes e de parceria que nessas duas dimensões tenham vindo a ser integradas no seu percurso, tendo em atenção os enunciados das suas missões, geralmente constantes em termos genéricos nos respectivos estatutos, a evolução do seu macroambiente, rede de relacionamentos e estrutura de mercado (acadêmico). Em particular, e numa perspectiva de recursos, pretendeu-se estudar de que modo a Universidade Ceuma, como IESP, tem vindo a gerir a captação, produção e disseminação de conhecimento científico e acadêmico, e como participa no desenvolvimento da sociedade local e na comunidade cientifica brasileira e, eventualmente, internacional através da difusão de conhecimento. A opção por este tema decorreu da sua relevância científica e institucional e dos interesses científico e profissional do candidato pelos paradigmas da educação superior. Poucos estudos foram publicados nesta área, nomeadamente em português. Por outro lado, o processo de reforma do ensino superior em muitos países europeus (acordo de Bolonha) tem sido seguido com muita atenção no Brasil. Além disso, com o desenvolvimento econômico e social que se vem observando no Brasil, crescem naquele país a procura e a pressão sobre as instituições de ensino superior tanto por parte dos agentes econômicos, como das entidades governamentais e de supervisão. Crescem ainda as solicitações mais ou menos explícitas por parte das empresas potenciais empregadoras. Cresce ainda a procura por parte dos candidatos aos concursos de recrutamento para o serviço público que, muitas vezes, ingressam no ensino superior (principalmente em Direito), como modo mais barato e eficaz de se prepararem para os concursos, em comparação com os “cursinhos” oferecidos por muitas “salas de estudo”. Acrescem ainda as medidas de descriminação positiva em favor do acesso das minorias étnicas ao ensino superior, dos últimos governos. Todos estes fatores vêm obrigando as instituições a repensarem as suas estratégias e modelos de gestão sobre o cliente e o produto.