Aquisição dos Grupos Consonânticos por Crianças com 6 Anos de Idade, que Frequentam o Ensino Pré-Escolar ou Escolar no Concelho de Sintra

Abstract

Objetivos: verificar se os grupos consonânticos se encontram adquiridos em crianças com 6 anos de idade e identificar as estratégias de reconstrução que as crianças utilizam durante o desenvolvimento dos grupos consonânticos. Método: estudo descritivo, transversal e exploratório. Amostra não probabilística por conveniência, constituída por 12 crianças com 6 anos de idade que frequentam o ensino pré-escolar ou escolar no concelho de Sintra, que têm o Português Europeu como língua materna, monolingues e que aparentam um desenvolvimento normal da linguagem. Os instrumentos utilizados foram um Questionário Sociodemográfico, construído com o intuito de caraterizar a amostra; a Grelha de Observação da Linguagem (GOL-E), constituída por provas de Semântica, Morfossintaxe e Fonologia, a sub prova Diadococinésia, pertencente ao Protocolo de Avaliação Orofacial (PAOF), o Teste Fonético-Fonológico - Avaliação da Linguagem Pré-Escolar (TFF-ALPE) que é composto por um sub teste fonético, um sub teste fonológico e um sub teste de inconsistência, todos eles com a finalidade de efetuar um rastreio ao nível da Linguagem e da Articulação Verbal nas crianças. Por fim, foi aplicado o Teste de Avaliação dos Grupos Consonânticos do Português Europeu, que consiste no instrumento de recolha dos dados para esta investigação e que pretende avaliar os grupos consonânticos em posição inicial e medial de palavra, atendendo ainda ao acento lexical da palavra. O tratamento de dados foi realizado através da construção de uma base de dados no software Statistical Package for Social Sciences 20.0 (SPSS 20.0) com realização de uma análise estatística descritiva de frequências e do coeficiente Alpha de Cronbach. Resultados: verificou-se que as crianças com 6 anos de idade já possuem todos os grupos consonânticos adquiridos no seu reportório fonológico. As crianças recorrem a estratégias de reconstrução na produção de alguns grupos, com maior incidência sobre a omissão da segunda consoante e a epêntese. Discussão/Conclusão: os resultados apontam estar conformes a outros estudos efetuados para o Português Europeu, para o Português do Brasil e para a Língua Inglesa. Apesar de todos os grupos consonânticos se encontrarem adquiridos verificou-se um melhor desempenho nos grupos constituídos por uma consoante liquida vibrante comparativamente com os grupos constituídos por uma consoante líquida lateral, existindo alguns grupos problemáticos em função da palavra em que se encontram, revelando que os mesmos ainda não se encontram completamente estáveis.