Efeitos de um Programa de Fisioterapia Aquática na Marcha, Equilíbrio e Qualidade de Vida em Pessoas com Doença de Machado-Joseph.

Abstract

Introdução: A doença de Machado-Joseph (DMJ) é uma doença hereditária dominante com degeneração progressiva, presente em todo o mundo. O seu principal sintoma é ataxia lenta e progressiva, resultando numa descoordenação motora. O padrão de marcha destes utentes é claudicante e instável nas mudanças de direção. A fisioterapia ajuda a prevenir deformidades, estabilizar o quadro clínico, minimizar as perdas e prolongar ao máximo a independência funcional. A Fisioterapia Aquática (FA) é um fundamental complemento para a reabilitação de pacientes com lesão do sistema nervoso, pois a água é um ambiente que favorece maior liberdade de movimentos. Isto permite que utentes com instabilidade postural, elevado risco de queda, fraqueza muscular e alterações da marcha, realizem exercício com maior confiança e consequentemente melhor sucesso. A temperatura da água das piscinas terapêuticas encontra-se entre os 34º/35ºC, isto permite um efeito de relaxamento no sistema musculo esquelético, diminuindo tensões e dor. Esta estratégia não está, no entanto, estudada especificamente nesta população. Objetivo: O objetivo deste estudo será averiguar os efeitos de um programa de FA nas alterações no padrão de marcha, na qualidade da marcha, nas alterações de equilíbrio estático e dinâmico e na qualidade da vida em saúde. Métodos: Neste estudo irão participar 10 indivíduos diagnosticados com Doença de Machado-Joseph. A intervenção terá uma duração de 6 meses 2 vezes por semana com duração de 45 minutos por sessão. Será realizado em meio aquático com enfâse na funcionalidade, marcha e equilíbrio, avaliando estas variáveis com os instrumentos. Functional Gait Assessment, Escala de Tinetti, Morse Fall Scale e SF-36. Os dados serão recolhidos em três ocasiões, antes, durante (aos 3 meses) e após intervenção (aos 6 meses), assim como um follow-up 6 meses após a finalização do programa. Conclusão: A principal dificuldade na realização deste projeto foi o fato de existir pouca evidencia científica de FA na DMJ. Foram utilizados artigo de intervenção de DMJ e DP e as estratégias de intervenção foram adaptadas para o ambiente aquático e para a condição em estudo. Existe a hipótese da doença seja sub-diagnosticada devido á dificuldade de abranger toda a população. É espectável uma melhoria ou manutenção das variáveis mencionadas anteriormente, porém após o cessar da intervenção e à diminuição dos estímulos terapêuticos, é expetável que essa evolução regresse aos valores iniciais ou até mesmo agravamento da condição, devido ao caracter degenerativo desta patologia.