A eficácia da activação do Transverso do Abdómen na progressão do Ângulo de Cobb em utentes jovens com diagnóstico de Escoliose Idiopática

Abstract

Problema de estudo: A Escoliose Idiopática (EI) é uma patologia que afeta cerca de 3% da população jovem em Portugal. A escoliose, geralmente, não desencadeia sintomatologia, no entanto a progressão da mesma pode levar a défices de autoestima, deformações visíveis e distúrbios respiratórios. Alguns autores sugerem que a escoliose possa desenvolver-se por uma fraqueza ou activação inadequada do músculos abdominais que, consequentemente, não são capazes de promover uma boa congruência articular e uma boa estabilidade ao nível da coluna. Objetivos: Verificar se o fortalecimento, de modo a tornar simétrica a espessura dos músculos Transversos do Abdómen (TrA), através de um plano de exercícios específicos, tem efeito na contenção da progressão da curvatura da escoliose, em adolescentes com diagnóstico de EI. Metodologia: Estudo quasi-experimental, onde foram avaliados 30 adolescentes com diagnóstico de EI. Foi medida, bilateralmente, a espessura, através da ultrassonografia, dos músculos TrA’s e a magnitude da curvatura da escoliose, por radiografia, através da medição do Ângulo de Cobb (AC). Os 30 indivíduos foram divididos aleatoriamente por dois grupos, o de controlo e o experimental, sendo este último sujeito a um plano adicional de exercícios específicos de activação e fortalecimento dos TrA’s durante um período de 12 semanas de intervenção. Conclusão: Este estudo pretende verificar se as assimetrias de força muscular ao nível do TrA são uma causa ou uma consequência de uma EI em adolescentes. Dependendo dos resultados, este tipo de planos de activação e fortalecimento dos referidos músculos abdominais pode tornar-se uma ferramenta importante para qualquer Fisioterapeuta ou profissional de saúde, na contenção da progressão da curvatura da escoliose e prevenção de consequências mais severas para os utentes.